Este foi outro trabalho que fiz para o colégio. Acredito que esse não foi um dos melhores textos de minha autoria. O livro de Ivan é sensacional. Porém eu acho que não consegui captar muito bem a mensagem para repassá-la. Talvez numa leitura mais madura, como dizia Calvino.
Até mais ;)
"Comecemos o texto com a definição de um termo importante para a personalidade do personagem principal, Bazarov, descrita por uma personagem do livro: "Um niilista é um homem que não se curva ante qualquer autoridade; nem aceita nenhum princípio sem exame, qualquer que seja o respeito que esse princípio envolva.". A primeiro momento, meu interesse pelo livro surgiu através de uma pequena descrição do mesmo. Bazarov, dada uma característica já importante acima, negava qualquer forma de amor, amizade, carinho e afeto. Escolheu ser assim. Totalmente o contrário de minha pessoa, que não mede esforços para amar. Então, minha curiosidade foi tentar entender um pouco mais de uma pessoa que tenta não se apegar a alguém, o que realmente é difícil. É exatamente isso que o livro demonstra, a luta de Bazarov em ir além de seus princípios e se apaixonar, desenvolver relações, sejam elas ruins ou boas.Cada pessoa com quem Bazarov se relacionou, significou algo para ele. Arcádio, seu amigo e discípulo, demonstrou sua amizade em todos os momentos, nem sempre recebendo o mesmo tratamento; Paviel, com que aprendeu o respeito as opiniões divergentes, sendo que foi preciso muito tempo para se acostumarem um com o outro; Com Nicolau, a relação sempre fora amistosa, portanto há pouco para se dizer. Com Ana Serguêievna, um dos casos mais importantes de suas relações no livro, foi a única por quem demonstrou seu amor e não fora correspondido; Com seus pais, a coisa também fora complicada. Não gostava do tamanho carinho que sua mãe sentia por ele, e adorava palestrar com o pai. Pouco conseguiu ficar por lá em seu primeiro retorno; Com Fiênitchka, Bazarov desenvolveu certo afeto, mas pouco durou devido ao comprometimento da moça. Quando ele se despede e volta para a casa do pais, percebe que toda a vida que viveu antes, todas as pessoas que conhecera, valeu a pena.Antes de voltar, ele fala: "Acho, porém, que já passei muito tempo numa esfera que me é estranha.". As relações sociais, apesar de desenvolvidas por ele, ainda lhe eram estranhas. Bazarov era um homem inteligente, um médico, mente brilhante da Rússia. Queria saber tudo... e morreu sabendo tudo. Sua última descoberta fora o amor, a amizade, o carinho, o afeto, e o respeito. Tudo isso lhe serviu de apoio para sua morte, que até mesmo este momento, se tornara insignificante. Imagino como fora difícil para ele, alguém tão defensor de seus princípios, ir contra eles de tal maneira intensa. O respeito por isso, pois alguém como eu tão diferente dele, na inversão de papéis, não teria a capacidade de praticar o niilismo.Ao final do livro, Bazarov apoia o casamento de Arcádio com Cátia, sendo que sempre fora contra tal tipo de comemoração. Ele volta para casa dos pais, e lá morre, sobre os cuidados de sua mãe que sempre fora muito afetuosa. Chama apenas Sra. Odintsova para despedir-se, única mulher por quem apaixonou-se verdadeiramente. Em uma conversa com a mesma, ele fala: "Quem se lembra dos sonhos? No mais, o amor... é um mal contagioso.". Começo a então perceber que muito me identifiquei com Bazarov. Como diria Aristóteles, "o homem é um ser social", e portanto, todos devem relacionar-se. Ele, assim como eu, descobriu que uma vida sem relações é uma vida triste. Ele percebe isso quando se isola. Apesar de difícil, a relação é necessária, e cabe a nós criar a coragem para enfrentá-la. Constato que Bazarov terminou a vida como um sábio, pois apesar de possuir o conhecimento, cometeu a loucura de se levar pelo sentimento."O amor é a única loucura de um sábio." - William Shakespeare"